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Natação: Entrevista Angélica André
- By Fluvial

Chegou ao Fluvial há três meses e já bateu um recorde nacional. Angélica promete muito trabalho e traça como meta os Jogos Olímpicos de 2016.
Estás no Fluvial há cerca de três meses. Como tem sido a adaptação?
Tem sido boa, com a ajuda dos treinadores, sobretudo do Rui [Borges], por ser uma pessoa a quem estou mais ligada. Os nadadores que também se juntaram à equipa este ano já conhecia há algum tempo e eles também têm ajudado bastante.
Como está a ser voltar a trabalhar com o Rui e agora também com o Florim?
Está a correr bem… Tenho levado na cabeça, o normal portanto [risos]. O Florim é um treinador com quem nunca tinha trabalhado. Tem um método mais “à moda antiga”, o que também é bom. E voltar a trabalhar com o Rui tem sido excelente. Contei ao Rui no Verão que queria vir para cá e ele quase que chorava! Já tinha trabalhado com ele e foi com ele que tive a minha melhor época, em que consegui ir pela primeira vez à Seleção Nacional de Natação Pura. Espero continuar a trabalhar e ter bons resultados com ele.
Quais os teus objectivos individuais a curto prazo? E para o futuro?
Quero ter bons resultados e melhorar marcas pessoais, tanto na natação pura como nas águas abertas, e manter as idas à selecções. Para o futuro o grande objectivo é trabalhar para em 2016 estar no Rio de Janeiro.
E a nível colectivo, o que esperas que o clube alcance?
Espero que nos próximos Nacionais de Clubes o Fluvial consiga boas classificações e chegue às primeiras divisões.
Qual o significado do recorde nacional absoluto dos 1500m Livres que bateste nos Regionais, há umas semanas? É uma “amostra” do que ainda está para vir esta época?
Espero que sim! Bater este recorde serviu principalmente para ganhar confiança, que me faltou na época passada, e também para mostrar às outras pessoas que mudar de clube foi o melhor para mim.
Quem é a tua principal motivação para que treines diariamente, vários quilómetros, mais o ginásio, e etc.?
A primeira e, sem dúvida, a família. E depois é o Rui, certamente que é o Rui.
E os teus colegas de treino e de equipa são um incentivo para fazeres mais e melhor?
Sim, eles são um grande apoio no treino. Às vezes se estou mais cansada são eles a dizer “anda, aguenta!” ou “tu consegues, és capaz”. E isso é recíproco pois eu também os incentivo. Motivamo-nos muito uns aos outros aqui.
O ambiente como é? É o que esperavas?
No Leixões tinha muito apoio do meus colegas, mas aqui também tenho, e não estava à espera disso. Fiquei muito contente por ter sido bem recebida e por nos darmos todos bem.
Qual o “segredo” para os teus vários sucessos e conquistas?
O trabalho e o apoio das pessoas são aspectos fundamentais. É importante estar confiante e mostrar aquilo que valho. Chegar ao bloco, estar lado a lado com as adversárias, e dizer para mim própria que sou capaz e que estou preparada.
Tens algum ritual que costumes cumprir antes de uma prova importante?
Ouço música e também tenho vício de, antes das provas, quando tenho de ir à casa-de-banho, vou sempre à mesma. Em cada piscina há uma casa-de-banho à qual vou sempre.
Onde te vês daqui a 4 ou 5 anos?
Espero continuar aqui no Fluvial. Aqui tenho condições excelentes, tenho a clínica [CMEP] que me patrocina e tenho o Rui. Também quero continuar a nadar e a representar Portugal e a bater alguns recordes, se possível.
Quem é a Angélica? Como te definirias?
A Angélica é uma pessoa forte, humilde, que gosta de ser amiga de toda a gente. E há uma coisa que os meus pais sempre me disseram e que eu nunca esqueci, que é “sejas tu quem fores e chegues onde chegares nunca deixes de ser a mesma menina humilde e amiga dos amigos”.
E achas que é esse espírito de entreajuda e amizade que se vive no Fluvial?
Sim. Tanto eu como os colegas que vieram de outros clubes não esquecemos os nossos “clubes do coração”, que nos fizeram enquanto atletas, mas viemos à procura de novas emoções e de ajudar a equipa. Entre todos criamos um grande grupo de trabalho e de amigos.
No Fluvial há muitas crianças na formação da natação. Que conselhos lhes darias?
Não desistam dos vossos sonhos. Quando era mais nova eu era muito brincalhona, só fazia asneiras, mas quando chegava à altura das provas levava aquilo mesmo a sério. Sem sonhos e sem ambições, tanto a nível profissional, como académico ou desportivo, não se consegue nada. E depois de se saber o que se quer, não se pode desistir até o conseguir.
FICHA TÉCNICA
Nome: Angélica Maria Ribeiro André
Idade: 19 anos
Especialidade: Fundista/Águas Abertas
No Fluvial desde: Setembro 2013