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Natação Master: “O grande desafio será sempre chegar a todos e todas”

Prestes a iniciar a primeira competição da época, Nuno Lobo em entrevista ao Fluvial 

Antes do arranque das competições de Natação Master conversámos com Nuno Lobo, treinador responsável pelo nosso grande grupo, que há inúmeros anos lidera a equipa do Fluvial em conquistas sucessivas os Campeonatos Nacionais de Verão e Inverno. Nesta entrevista partilha connosco o balanço dos últimos anos, os desafios da nova época e o espírito que define esta equipa de campeões.
 

Oito anos consecutivos de títulos nacionais coletivos, masculino e feminino é uma marca impressionante. A que atribuis essa consistência e sucesso?

Atribuo a quatro fatores que forçosamente se interligam: 1) a competência e dinâmica do treinador; 2) competência e dinâmica das várias pessoas que desde o início lideraram a secção master; 3) as condições únicas de planos de água e de desdobramento de horários de treino que o Fluvial proporciona; 4) o entusiasmo e enorme dinâmica dos atletas fluvialistas.

Que memórias ou conquistas mais te marcaram ao longo destes anos?

Obviamente os títulos contam muito, mas durante estes anos todos ter as pistas dos vários horários de treino cheias será algo que terei forçosamente também de valorizar.

Como está o grupo neste início de época? Muitas caras novas?

O grupo está bem e recomenda-se. Sim, temos bastantes novos atletas. Aliás, todas as semanas a receção recebe pedidos de adesão à nossa equipa. Um bom desafio para todos nós porque será importante mantermos uma certa qualidade no serviço prestado.

O que mais te orgulha nesta equipa de masters do Fluvial?

A consistência de excelentes resultados aliada à superação de muitos dos nossos atletas e o compromisso com a equipa, com o clube.

Os masters têm um espírito muito particular, que combina a competição com uma forte vertente de convívio. Como se cultiva esse equilíbrio no dia a dia do treino?

É uma excelente pergunta. É preciso dinamizar e fazer coisas. Seja em casa de alguns, seja no relvado das nossas instalações, seja na própria competição e em treino. Estamos a tentar uma vez por mês realizar um treino conjunto com todos. Somos cerca de 140, mais ou menos, mas, curiosamente, é na competição a representar o Fluvial que mais convivemos entre todos, apesar de poder não ser visível a olho nu.

Quais são os principais objetivos para esta época?

Fazer desporto, que os atletas, os praticantes master venham nadar e, claro, competir. O envelhecimento ativo faz parte dos nossos objetivos sempre com a competição como farol orientador. Não somos de todo uma “classe” de adultos e, nesse sentido, depois de lá estarmos (na competição), vamos tentar ganhar.

Quais são os grandes desafios a nível competitivo e de gestão de um grupo tão grande e tão diversificado? 

O grande desafio será sempre chegar a todas e todos. Tenho um registo individual de todos os atletas, onde procuro, em cada treino, articulação com as tarefas dos treinos anteriores e adaptar as cargas e os exercícios ao estado de forma de cada um. Faço isto com muita satisfação e responsabilidade mas, claro, dá muito trabalho e nem sempre se consegue. Mas vou continuar a tentar. Para já o saldo é claramente positivo. 

Que papel consideras que o Fluvial tem na promoção da Natação Master em Portugal?

Este foi claramente um projeto ganhador. Quando o Nuno Ferraz e o Zé Miranda me convidaram as palavras foram muito claras: “é preciso um treinador e o projeto é de competição”. Começou-se com 7 atletas, hoje seremos 140 e todo o mundo da natação conhece o Real Clube Fluvial Portuense e a sua equipa master, que evolui não apenas em competição de piscina, mas também de águas abertas.

Que mensagem gostarias de deixar aos nadadores, aos novos membros e aos apoiantes do nosso Fluvial antes do início das competições?

Saiam de casa, pratiquem desporto, neste caso, a natação. Criem objetivos de fitness, de marcas, de títulos, se quiserem. Se não houver tempo para fazer o treino todo, há sempre outras possibilidades. Vir treinar, nem que seja 20 minutos pode fazer toda a diferença. E se for em equipa e em competição vão perceber ganhos inimagináveis, nem que seja simplesmente para… espairecer.


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